EDIFÍCIO SEDE DA CBPO
AUTOR(ES): R. N. ROCHA DINIZ, SIDONIO PORTO
DATA DE PROJETO: 1968
LOCALIZAÇÃO: AV. PAULISTA, BAIRRO CERQUEIRA CESAR, SÃO PAULO, SP.
FONTES DE PESQUISA: XAVIER, 1983, P.116.
REFERÊNCIA DO TEXTO: ZEIN, 2005: P.156

No tema dos edifícios em altura o veio brutalista mais característico é aquele explorado por Marcel Breuer em suas propostas com fachadas portantes em elementos pré-fabricados de concreto, apoiadas sobre vigas de transição parcialmente conformadas pelos “capitéis” das colunas de concreto armado, com desenho em Y, W, V ou T e com fustes também facetados. Estritamente funcional e estrutural, mas de desenho altamente decorativo, essas propostas respondiam também de maneira apropriada à busca de uma solução genuinamente moderna para o controle do excessivo ingresso de luz e calor, enquanto alternativa aos edifícios envelopados exclusivamente em vidro, problemáticos do ponto de vista do conforto ambiental.

As soluções propostas Breuer, combinando de maneira indissolúvel estrutura, vedos e proteção solar através de uma solução integrada total, serviram de base para um sem numero de variantes realizadas em todo o planeta. Também estão presentes no brutalismo paulista a partir de ~1968, como no Edifício-sede da Ericsson do Brasil, de Charles Bosworth, e no Edifício-Sede da CBPO, de R. N. Rocha Diniz e Sidonio Porto. O primeiro, com menos andares e perímetro de 100 x 40 m, resulta numa solução de aparência horizontal, que entretanto segue mais fielmente a receita de Breuer: os elementos pré-fabricados da fachada apóiam-se numa viga de transição que descarrega em colunas com desenho em T. No segundo, o edifício de 17 pavimentos tem estrutura convencional em concreto com pilares recuados do perímetro das lajes, sendo os fechamentos das fachadas realizados também por elementos pré-fabricados justapostos. Essa solução é novamente empregada pelos autores em edifício vizinho ligeiramente posterior, situado na mesma quadra da Avenida Paulista.

Se esses dois exemplos demonstram uma afiliação mais literal à obra de Breuer, outros há menos algo lhe devem embora de maneira menos literal, sem configurar citação imediata de suas qualidades plásticas e formais. Como na tradição dos trovadores medievais que segue viva nos repentistas, um mote é dado, o companheiro repica, desenvolve e devolve o tema, criticando, aperfeiçoando ou transformando-o.

 

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ROMULO SANTOS ESTEVES


ROMULO SANTOS ESTEVES

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